Mudanças e mais mudanças que geram, ao mesmo tempo, oportunidades. Esse parece ser o mantra da atualidade corporativa que pega a indústria automotiva de frente.
No rol das potencialidades que estão sendo abertas no âmbito das megatendências – que passam por mobilidade e automaticidade veicular -, uma peça-chave do processo é a tecnologia, fator que acaba trazendo em si o desafio de adequar produtos e serviços ao contexto da transformação digital – que essas próprias mudanças exigem.
Essas questões ficam muito claras nas transformações alcançadas por empresas líderes em seus segmentos como a Localiza, que saiu de uma estrutura de seis fuscas e tem hoje a maior frota de locação do país: 193.260 unidades, ou na trajetória da Here Technologies, que operava mapas geográficos em papel e descobriu que o coração da mobilidade e do futuro do carro autônomo está no mapa, na localização – e moldou seu core business ao smartphone, obtendo como reflexo dessa transformação 75% do mercado global em sistemas e soluções de navegação automotiva.
Todas essas conquistas podem ser resumidas em uma frase do consultor responsável pelo setor Automotivo da KPMG, Ricardo Bacellar, que também faz uma completa apresentação do atual quadro da indústria e suas potencialidades nas páginas que seguem: “para dar o primeiro passo é preciso ter um olhar crítico para identificar as oportunidades, e olha que temos um mar de oportunidades à vista”, diz.
Muitas vezes esse olhar pode transparecer uma disrupção, um risco ou ruptura do negócio, uma quebra de paradigma sobre o core business, mas é isso o que uniu Bradesco e Banco do Brasil para criar a Veloe, uma plataforma 100% digital, voltada e direcionada a meios de pagamentos que está entrando em um segmento 100% automotivo e vai ganhar muito dinheiro. É o que Bacellar diz: carro é meio de pagamento?
A presença da Veloe mostra que o carro não apenas é meio de pagamento como um potencial enorme de oportunidades para empresas com espírito automotivo ou não. E o que dizer da Siemens PLM, um conglomerado industrial e tecnológico que não está tirando vantagem da mobilidade e do carro autônomo, mas é verbo, sujeito e predicado dos pilares de construção desse novo contexto da indústria automobilística mundial – e da Indústria 4.0.
Assim como a Siemens, a CPFL vem construindo um ecossistema sustentável para a mobilidade elétrica em uma das regiões mais ricas do país, a Região de Campinas. A líder brasileira do setor de distribuição de energia tem hoje na mobilidade elétrica um importante driver estratégico para os seus negócios futuros.
Mais uma vez as oportunidades trazidas pelas mudanças estão expressas nessas empresas que estão participando da primeira edição da Revista Transportepress, mudanças essas que impõem o rompimento de barreiras e mais barreiras, como o desafio de construir um marco legal exclusivo para o carro autônomo.
É esse o eixo sobre o qual nossos parlamentares, ancorados na Comissão de Viação de Transportes da Câmara estão concentrando todos os esforços e auxiliando na construção de um código de leis – o marco legal – para o carro autônomo nos próximos 48 meses.
Você vai descobrir que o Brasil não está atrasado nessa agenda global e que o mundo tem as mesmas dúvidas e questionamentos que temos na criação desse marco legal e de todo o escopo de infraestrutura de vias, estradas, sinalizações de trânsito e modos e usos dos carros autônomos.
Outra informação muito legal é saber que o Brasil já tem um carro 100% autônomo, testado e premiado no exterior, o IARA, uma iniciativa da Universidade Federal do Espírito Santo, e verá que autônomos nível 3 da Volvo Cars – com escopo tecnológico em transição ao nível 4 – já rodam em nossas ruas e estão batendo recorde de vendas no Brasil, em um claro sinal de aceitação desse mundo novo pelo consumidor brasileiro.
Seja bem-vindo ao nosso mundo. Aqui, nosso objetivo será, a cada mês, mostrar as ‘oportunidades’, ajudar a pensar e a desenhar estratégias que ajudem a transformar o seu negócio e a sociedade em que vivemos.
Para acessar, clique em Revista Transportepress de junho de 2018
Muito obrigado,
Fernando Bortolin
Diretor de Redação da Revista Transportepress