Aumento real de preços de insumos, principalmente do diesel, de um lado, e o recuo do volume de passageiros pagantes, de outro, foram os fatores preponderantes para o aumento das tarifas em termos reais.
A constatação está expressa em Nota Técnica – Tarifação e financiamento do transporte público urbano -, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quinta-feira, 04.
No caso do preço das tarifas, elas subiram 192% entre janeiro de 2000 e dezembro de 2012, ou 67% acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que no mesmo período acumulou alta de 125%.
Com base em dados da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a composição de preços da tarifa se divide da seguinte forma:
1.Pessoal e Encargos têm peso entre 40% e 50% do preço final;
2.Combustível pesa entre 22% e 30%;
3.Impostos e taxas: 4% a 10%;
4.Despesas administrativas: 2% a 3%;
5.Depreciação: 4% a 7%;
6.Remuneração: 3% a 4%;
7.Rodagem: 3% a 5%;
8.Lubrificantes: 2% a 3%;
9.Peças e acessórios: 3% a 5%.
Segundo o IPEA, o custo do diesel saltou 129% acima da inflação nos últimos 12 anos – motivado pela política federal de redução gradativa dos subsídios existentes no preço desse combustível. “O resultado é que o peso do diesel, que antes representava menos de 10% dos custos tarifários, mais que dobrou”, destaca o relatório elaborado pelo IPEA.
A Nota Técnica – Tarifação e financiamento do transporte público urbano -, foi formulada pelos pesquisadores: Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, Alexandre Gomide, Rafael Henrique Moraes Pereira, Lucas Ferreira Mation, Renato Balbim, Vicente Correa Lima Neto, Ernesto Pereira Galindo, Cleandro Krause e Erivelton Pires Guedes.