A Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) vai entrar na Justiça contra o processo de dumping para pneus de automóveis procedentes da Coreia do Sul, Taipei, China, Tailândia e Ucrânia anunciado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) na última sexta-feira.
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Entre as constatações apuradas pelo levantamento realizado pelo Departamento de Defesa Comercial (DECOM), entidade que faz parte da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), um dos itens que aponta para a existência de indícios de dano à indústria nacional de pneus é o desempenho das importações em quantidades.
Com base no exposto pela avaliação do governo brasileiro acerca do processo de dumping na exportação de pneus a partir da Coreia do Sul, Taipé Chinês, Tailândia e Ucrânia, o Departamento de Defesa Comercial (DECOM), apurou que a margem de dumping relativa foi de 114,2 sobre os pneus da Coreia do Sul, de 60,2% sobre os pneus de Taipé Chinês, 41,5% sobre os pneus da Tailândia e 129,3% sobre os pneus da Ucrânia.
Em atendimento a uma petição realizada pela Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) – em nome de suas associadas (Goodyear, Bridgestone Firestone, Pirelli, Michelin, Continental, Maggion e Rinaldi), em 29 de dezembro de 2011, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), decidiu iniciar um processo de investigação de dumping nas exportações de pneus de passeio – denominados pneus de automóveis – da República da Coreia do Sul, Tailândia, Taipé Chinês e Ucrânia para o Brasil e de dano à indústria brasileira decorrente de tal prática.
A desvalorização do real frente ao dólar, de 8,72% entre a virada do ano e hoje, o aumento da burocracia para o desembaraço aduaneiro de pneus importados, através da Maré Vermelha, e as mudanças no contexto da Guerra dos Portos, minimizando os ganhos tributários junto ao desembaraço de mercadorias em portos brasileiros já produziu efeitos sobre o recuo das importações de pneus neste ano.
A Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) apresenta na próxima terça-feira, 10 de julho, novos dossiês às autoridades brasileiras visando o combate às principais irregularidades enfrentadas pelo setor.
Se de um lado as exportações de pneus dão sinais de expansão – e em alguns casos de recuperação em relação a períodos anteriores – nem o câmbio, nem a Operação Maré Vermelha, ou o fim da Guerra dos Portos, vêm representando maiores dificuldades para as importações de pneus da Ásia, por exemplo.
Entre as cidades brasileiras que mais exportam pneus estão o Rio de Janeiro (US$ 156,9 milhões entre janeiro e maio deste ano) ; Santo André (US$ 128,7 milhões), Barueri (US$ 89,5 milhões), Feira de Santana (US$ 78,9 milhões) e Gravataí (US$ 57,8 milhões).
Maio representou o quinto mês consecutivo de resultados positivos na balança comercial setorial, com exportações totais de US$ 157 milhões e importações de US$ 130,9 milhões, produzindo um salto de US$ 26,1 milhões.
O segmento de pneus encerrou o período de janeiro a maio com saldo positivo na balança comercial setorial total, com receitas líquidas de US$ 113 milhões, no melhor resultado desde 2010, quando exportações menos importações geraram um salto de US$ 115,8 milhões.