Entre janeiro de 2000 e dezembro de 2012, as tarifas de ônibus registraram aumento de 192%, o que representou 67% acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que no mesmo período acumulou alta de 125%.
No mesmo período a gasolina sofreu alta de 122% – três pontos percentuais menos que o índice oficial de inflação.
Esses dados fazem parte da Nota Técnica – Tarifação e financiamento do transporte público urbano -, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quinta-feira, 04.
Segundo o documento, entre 2003 e 2012 as famílias brasileiras – nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e o município de Goiânia -, gastam, em média, 3% da renda que ganham com o transporte público.
Aponta também que 10% da população mais pobre tem esse comprometimento cinco vezes maior: de 15% gastos com transporte urbano. Ainda dentro desse perfil de usuários, 30% não usam transporte urbano, o que é entendido pelo IPEA como exclusão dessas famílias diante da falta de capacidade de pagar pelos serviços de transporte.
Esse quadro apresenta certa melhoria a partir do conceito de auxílio transporte. Entre 1992 e 2001 cerca de 11% dos 10% mais pobres recebiam algum tipo de auxílio transporte. Em 2011 esse quadro avançou: 26% recebiam algum tipo de ajuda.
A Nota Técnica – Tarifação e financiamento do transporte público urbano -, foi formulada pelos pesquisadores: Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, Alexandre Gomide, Rafael Henrique Moraes Pereira, Lucas Ferreira Mation, Renato Balbim, Vicente Correa Lima Neto, Ernesto Pereira Galindo, Cleandro Krause e Erivelton Pires Guedes.