“Estou muito otimista em relação à América do Sul e Rússia. Mesmo com os preços agrícolas caindo 25%, áreas agrícolas como a América do Sul e Rússia têm um enorme potencial de crescimento em termos de máquinas e equipamentos agrícolas e processos de mecanização (de suas lavouras). Acredito que Índia e China não irão crescer a um ritmo tão acelerado.”
A avaliação acima foi feita ontem, 24, pelo presidente e CEO da Titan, Maurice Taylor, durante apresentação dos resultados relativos ao primeiro trimestre da Titan International, cujas vendas apresentaram expansão de 24,9% no período, para US$ 578,4 milhões.
Desse resultado, US$ 310,5 milhões vieram da comercialização de produtos e serviços voltados ao setor agrícola e US$ 209,6 milhões de produtos e serviços associados aos setores de construção civil e mineração.
“Recentemente tem havido muita especulação sobre as perspectivas agrícolas na América do Norte e mesmo sobre a América do Sul. Eu tenho viajado ao redor do mundo e acredito que em 2013 o setor agrícola norte-americano deve oscilar entre baixa de 1% e alta de 1% em relação ao ano agrícola recorde de 2012”, disse ele ao referendar que tal performance deve permitir à Titan aumentar sua participação no mercado e melhorar suas margens.
“O setor agrícola na América do Sul deve crescer, no mínimo, 10%”, prevê o presidente e CEO da Titan, que aponta para forte crescimento da linha de produtos e serviços da marca na região. “Esperamos um grande progresso na América do Sul porque estamos construindo uma grande equipe ali”, disse.
Em que pese à situação econômica na Europa, Maurice Taylor, deposita grande otimismo com as operações da Titan Europa, que deve apresentar números melhores neste ano ante 2012.
Já para a Rússia e Ucrânia a Titan espera obter resultados tão expressivos quanto os estimados para a América do Sul, o mesmo para a Austrália (incluindo o segmento de mineração nesse caso). “Acreditamos que as vendas possam ultrapassar US$ 150 milhões nessas áreas em 2013, e temos a possibilidade de avançar até US$ 250 milhões em 2014”, afirmou.
“A China e a Índia contam com um amplo leque de oportunidades, mas um grande número de concorrentes também”, disse o CEO da Titan ao destacar que a empresa avalia joint ventures locais, “porque é onde o dinheiro estará nos próximos 25 anos”, afirmou.
Tratores per capita
Com base em dados do World Development Indicators, acerca do número de tratores por 1.000 agricultores, Maurice Taylor referendou seu otimismo com a dinâmica do mercado agrícola global.
“Se você olhar os dados percebe que o Canadá tem o maior número de tratores por agricultores, seguido pelos Estados Unidos, pela França e Alemanha. Isso mostra que a agricultura é um negócio real para essas economias. Se você olhar para a China e Índia, eles têm um problema sério, pois não conseguem alimentar sua própria população. Os negócios agrícolas na Rússia e Brasil vão crescer. Vai levar tempo e não será tudo equipamento novo, mas todos esses países estarão consumindo (máquinas, implementos, produtos e serviços agrícolas) e a Titan vai se beneficiar desse crescimento”, disse.
Segundo os indicadores revelados pela Titan, o Canadá conta com 1.824 tratores por 1.000 agricultores, os Estados Unidos 1.586, a França 1.406, a Alemanha 1.018, a Rússia 96, o Brasil 61, a Índia 6 e a China 3.