Pesquisa realizada pela equipe de transportes da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) revela que os veículos elétricos representarão 54% das vendas de carros de passeio em todo o mundo, até 2040.
As prováveis e futuras reduções de preços das baterias de íon de lítio e demais componentes automotivos destinados à construção de carros elétricos levou a BNEF a rever suas estimativas – para o potencial desse segmento para o futuro da indústria automobilística global.
Dados do estudo mostram que os preços das baterias de íon de lítio já caíram 73% por kWh desde 2010, sendo que as melhorias de fabricação e a densidade de energia (mais do que duplicada das baterias atuais) deverão provocar uma nova queda de mais de 70% até 2030, prevê o estudo.
Com base nesses dados, a BNEF reviu suas projeções. Há um ano, a previsão era de que os veículos elétricos representariam 35% das vendas de carros de passeio em todo o mundo, até 2040. Hoje, essa projeção foi revista e a participação subiu para 54%. Ou seja, de cada 10 carros saídos das linhas de montagem, mais da metade será de veículos elétricos.
Em sintonia com a pesquisa, vale destacar a decisão tomada pela Volvo Cars, na última quarta-feira, quando a montadora decretou o fim da produção de veículos configurados apenas com combustíveis fósseis.
Caso a projeção da Bloomberg New Energy Finance se consolide, os veículos elétricos representarão uma economia de 8 milhões de barris de petróleo por dia em todo o mundo, mas adicionarão um aumento no consumo de energia elétrica de 5%.
A previsão mostra que as vendas de veículos elétricos em todo o mundo vão crescer de forma constante nos próximos anos, do recorde de 700 mil visto em 2016 para 3 milhões até 2021. Nesse momento, eles representarão quase 5% das vendas de veículos leves de passeio na Europa, um aumento de um pouco mais de 1% atualmente, e cerca de 4% nos EUA e na China.
Participação dos elétricos nas vendas até 2040
- Europa: 67% das vendas de carros novos;
- Estados Unidos: 58% das vendas;
- China: 51% das vendas.
Na Europa, mercados como Noruega, França e Reino Unido devem ser os grandes expoentes desse movimento. Para as economias emergentes, como a Índia, não se estimam vendas significativas até o final dos anos 2020.
“Vemos um momento de inflexão importante para a indústria automotiva global na segunda metade da década de 2020. Os consumidores irão descobrir que os preços de venda antecipados para veículos elétricos são comparáveis ou inferiores aos dos veículos com motores de combustão interna comuns em quase todos os grandes mercados até 2029”, destaca em nota o principal analista em transportes avançados da BNEF, Colin McKerracher.
Segundo a pesquisa, o impulso real para os veículos elétricos acontecerá a partir da segunda metade da década de 2020, por dois motivos: em primeiro lugar, terão um custo de propriedade mais baixo ao longo da vida útil, do que os modelos de veículos com motores de combustão interna comuns; e, em segundo lugar, haverá um momento ainda mais importante psicologicamente para os compradores – quando seus custos iniciais ficarão abaixo dos custos dos veículos convencionais.
Direção autônoma
Para a equipe de transportes da Bloomberg New Energy Finance, o impacto da direção autônoma será limitado nos próximos 10 anos, mas terá um papel crescente no mercado mundial após 2030.
Segundo a pesquisa, 80% de todos os veículos autônomos em aplicações compartilhadas serão elétricos até 2040, devido a menores custos operacionais.
Para mais informações, acesse: Electric Vehicle Outlook 2017