A indústria brasileira de pneus encerrou o período de janeiro a julho com recuo de 18,1% nas vendas internas, que cederam de 13,43 milhões de unidades para 11 milhões de pneus.
A desaceleração da produção e das vendas de veículos é o principal fato que explica esse desempenho, aponta informe de mercado distribuído pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), que aponta um recuo ainda mais acentuado na oferta de pneus para veículos de passeio: o recuo foi superior à média, de 21,1% para 6,09 milhões de unidades nos primeiros sete meses do ano, ante 7,72 milhões de unidades em igual período do ano passado.
“Nosso setor depende muito do desempenho da indústria automotiva, que teve um resultado ruim nos primeiros sete meses. Esperamos que a previsão de melhoria para os demais cinco meses se torne realidade, pois nosso setor também foi fortemente afetado”, diz em nota o presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, Alberto Mayer.
Segundo o executivo, as empresas de pneus seguem o resultado negativo apresentado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) que mostrou vendas de 294,8 mil unidades de julho, uma queda de 13,9% em relação ao volume de um ano antes.
Também como as montadoras, Alberto Mayer destaca que as indústrias produtoras de pneus já pensam em dar férias coletivas aos seus funcionários.
“Estamos comprometendo a futura venda de pneus para o mercado de reposição, além de colocar em cheque a aposta dos fabricantes de pneus no crescimento do mercado com os investimentos já realizados ou em fase de realização, que correm o risco de aumentar ainda mais a capacidade ociosa no setor”, diz.
Em maio último o setor empregava 28.560 trabalhadores, mas diante do quadro econômico adverso – e para evitar a dispensa desses trabalhadores – a indústria planeja férias coletivas.